DZCM #51: a moeda de satanás já está entre nós
Ela não vem da Bíblia, mas muitos cristãos vão usá-la com entusiasmo
O título desta newsletter não é nenhum exagero: a moeda de satanás realmente já está em circulação por vários países. Até a data de produção desta newsletter (10 de julho), cerca de 1,8 bilhão de pessoas ao redor do planeta já utilizam esse nefasto mecanismo de controle. E até 2026, graças ao avanço da agenda BC# do Banco central do Brasil (BC), podemos superar os 2 bilhões de seres humanos controlados por essa ferramenta.
Você deve imaginar que a tal moeda de satanás é algum delírio coletivo vindo de evangélicos fanáticos ou católicos desorientados. E eu digo que você tem toda razão. Esqueça as interpretações tresloucadas, pois essa moeda não virá da Casa Branca nem terá endosso do Vaticano.
Em vez disso, ela sairá do nascedouro das instituições mais destrutivas e vis criadas não pelo anticristo, mas sim pela obra-prima sublime de Deus: os bancos centrais, que governam as vidas dos homens desde que estes corromperam a natureza do dinheiro há mais de 100 anos.
Se você ainda não sabe qual é a moeda, veio ao lugar certo. Hoje vamos conversar sobre a interpretação bíblica do tal dinheiro do anticristo e seus problemas e, depois, saber qual é a verdadeira moeda de satanás. Por fim, veremos qual é a única forma de evitar os danos que essa invenção pode causar para as nossas vidas e das nossas famílias.
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Contexto bíblico e o mito da moeda global
Se você cristão ou teve uma infância marcada pela presença do Cristianismo – como a maioria de nós, brasileiros –, provavelmente algum parente seu falou sobre a tal “moeda única global do diabo”. Essa história ganhou a boca do povo especialmente no início dos anos 1990, quando o fim da União Soviética fez o então presidente americano George H. W. Bush proferir a seguinte frase:
"Estamos à beira de uma Nova Ordem Mundial"
Esta frase não veio em um contexto religioso, mas sim durante a Guerra do Golfo, que começou em agosto de 1990. No entanto, ela passou a alimentar uma ideia de que a Bíblia fala de uma moeda única controlada por Satanás e emitida em conjunto com um suposto governo global. Para várias denominações protestantes, essa suposta união também contaria com a Igreja Católica – vista por muitos protestantes como a “prostituta do apocalipse” ou a “besta de Roma”.
No entanto, a ideia de uma suposta moeda global pode cair bem em algum filme apocalíptico de Hollywood (como os da série Deixados para Trás e Megiddo, que são bem trash, mas divertem), mas não tem qualquer embasamento bíblico, sendo fruto de uma interpretação moderna e simbólica.
A maior parte dessas especulações sobre uma moeda global surgiu por causa do livro do Apocalipse, escrito por São João. Ele é o último livro da Bíblia e traz várias revelações de como será o fim dos tempos e sobre a volta de Cristo. Mas antes disso, ele também mostra a ascensão de satanás e como este vai controlar a Terra usando, entre várias ferramentas, a tal moeda única global.

Só que há dois problemas com essa interpretação. A primeira delas é que nos 22 capítulos, 404 versículos e 12 mil palavras do livro de Apocalipse (números da minha Bíblia, versão King James Fiel 1611), não há qualquer menção direta a uma “moeda única” literal, emitida por algum estado ou órgão, tampouco com o apoio da Igreja Católica.
O que existe de concreto a respeito de satanás (ou “a besta”, como também é chamado) é a imagem da “marca da besta”, que aparece em Apocalipse 13: 16-17, e tem sido interpretado ao longo dos séculos de várias formas. O texto ipsis literis afirma o seguinte:
“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tenha a marca, o nome da besta ou o número do seu nome.”
Perceba mais uma vez: o texto bíblico, seja em Apocalipse ou em qualquer outro livro, não traz qualquer referência a uma moeda, mas sim a uma marca. Essa marca determina a lealdade de seus portadores ao diabo, que já estaria no controle político e até espiritual do mundo a essa altura.
Uma das interpretações possíveis para essa marca é que ela representa um sistema econômico global controlado pelas forças do anticristo, em que somente os que se submeterem à “besta” poderão participar da economia. A moeda em si não estaria no controle de satanás, mas a sua marca determinaria quem pode comprar, vender, acessar serviços básicos, etc. E a própria Bíblia descreve essa marca em Apocalipse 13:18:
“Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, porque é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis (666).”
Curiosidade: esta é a mesma citação que aparece sendo narrada na abertura da música The Number of the Beast, do Iron Maiden (ou, em português, O Número da Besta).
Então, o primeiro problema da interpretação comum dessa ideia é que a Bíblia não fala de uma moeda específica, mas sim de uma marca que identifica os seguidores do anticristo.
E o segundo problema é justamente o que vimos na introdução e inspirou o título desta newsletter: a moeda de satanás já está entre nós.
A(s) verdadeira(s) “moeda” de satanás
No contexto de Apocalipse, a palavra “besta” representa o anticristo, mas várias interpretações colocam esse termo como representando um poder maligno global que é aliado do anticristo ou serve aos seus objetivos de destruição da obra de Deus.
A maior parte da literatura religiosa traz esse poder maligno na figura governamental, geralmente como um governo global cuja autoridade suplanta várias nações. Há quem veja em organizações como a ONU (Organização das Nações Unidas) ou a UE (União Europeia) representações desse poder, que será adorado por muitos nos últimos tempos.
Curiosamente, essas obras sempre mostram os Estados Unidos como antagonista e aliado de Deus contra essa dominação (ainda que a contragosto). Mas foi justamente nos EUA, durante a gestão Joe Biden, que surgiu um dos embriões da moeda de satanás: o dólar digital, apoiado por vários políticos do Brasil e até pelo banco central, o Fed.
E lembra que vimos no começo do texto que mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo já usam a “moeda de satanás”? Pois esse é o valor estimado de pessoas que vivem sob o regime de países que já estão desenvolvendo suas CBDCs ou que já possuem projetos em execução. Os mais avançados nesse caso são a China com seu yuan digital e a Nigéria com a e-naira, além do Brasil e seus testes com o DREX.
De 137 países do mundo analisados pelo Atlantic Council, pelo menos 50 já possuem um protótipo de CBDC em teste. Esta é a sigla para Central Bank Digital Currency, ou Moeda Digital de Banco Central – que é a invenção mais nefasta já criada em termos de controle do dinheiro.

Por isso que a ideia de uma moeda única mundial controlada por Satanás é um desdobramento contemporâneo dessa interpretação e surgiu pela evolução tecnológica e do dinheiro, que deu cada vez mais poder ao estado. E as CBDCs são o auge negativo desse poder.
O conceito de CDBC surgiu na segunda metade da década de 2010 e ganhou força a partir de 2020, quando o Fed começou suas pesquisas sobre o tema. Elas surgiram como resposta a um fato real: a digitalização do dinheiro, que é cada vez maior. O Pix é um exemplo disso: pense em quando foi que você usou uma cédula de real para fazer compras – provavelmente isso faz meses, dada a “praticidade” que o Pix trouxe.
Mas apesar das promessas de eficiência, inclusão financeira e combate à lavagem de dinheiro, o Pix é um terrível embrião para gerar o anticristo da CBDC. E quem diz isso é ninguém menos que Fernando Ulrich, um dos maiores especialistas em Bitcoin do Brasil, através de vídeos em seu canal no qual ele alerta sobre a vigilância do Pix e como isso pode se agravar com o futuro DREX.
Mas caso você ache o Ulrich alguém de “extrema direita”, “bolsonarista” ou outras baboseiras dessa natureza, tudo bem. Vou trazer a fala de um cara do sistema, então: ele é Fabio Araújo, um dos principais economistas responsáveis pelo DREX no Banco Central, fez declarações públicas que reforçaram esses temores, como essa fala dita em 2022:
“Você pode programar o dinheiro para que ele seja gasto somente com aquilo que você considera necessário”, disse Araújo.
O economista chegou a citar a pandemia e o Bolsa Família como exemplos desse tipo de controle, afirmando que o DREX poderia determinar que as pessoas só poderiam gastar dinheiro em lugares num raio de distância limitado das suas casas, por exemplo. E Araújo também deu a entender que o DREX pode ter mecanismos de controle de saques.
A declaração pegou tão mal que o executivo, bem como o BC brasileiro, precisaram negar diversas vezes que o DREX terá qualquer controle sobre as finanças dos cidadãos. Mas não adianta: você realmente confia no estado que desvalorizou o real brasileiro em quase 90% desde sua criação? Ou no estado que protagonizou um dos maiores confiscos da história da humanidade – o Plano Collor de 1990.
Bem, este que vos escreve não confia nem um pouco. Se o DREX brasileiro realmente virar uma CBDC de varejo, com acesso direto para a população via carteiras digitais ligadas ao BC, ele pode, sim, virar o instrumento mais poderoso de vigilância e controle financeiro já criado.
O motivo é simples: diferentemente do dinheiro em espécie, que é anônimo e de livre uso, uma moeda digital emitida por um banco central pode ser programável.
Isso significa que o emissor — o governo — poderia:
Monitorar todas as transações em tempo real e saber onde e com que você gasta;
Bloquear o uso do dinheiro em certas circunstâncias, como já frisado pelo ilustre Sr Araújo;
Aplicar juros negativos diretamente nas carteiras dos cidadãos, desestimulando completamente o hábito de poupar;
Impedir que certos indivíduos transacionem com outros, ou que você possa enviar dinheiro para certas pessoas (como doar para algum partido político que critica os excessos de um certo poder da república…);
Estabelecer prazos de validade para o uso do dinheiro, forçando consumo imediato.
E infelizmente, você vai adotar essa CBDC quando ela chegar. Não apenas vai adotá-la, como provavelmente vai agradecer ao estado por ter criado um meio mais “prático” de usar dinheiro. Basta ver o “sucesso” de adoção do Pix: quase 170 milhões de brasileiros já fizeram ao menos uma transação via Pix, de acordo com dados do Banco Central. Novamente: você, caro leitor, provavelmente não usa dinheiro vivo há muito tempo. Simplesmente utiliza o Pix, que é mais prático, mais rápido – e aceita vender sua privacidade ao estado em troca disso.
Para finalizar, o dinheiro de satanás não existe na Bíblia, mas ele está a pleno vapor no mundo real. Cristãos, ateus, judeus e muçulmanos estão usando essa moeda e sendo gratos por ela. E só há uma forma de evitar que o estado tenha controle total sobre a sua vida através dele.
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Bitcoin coloca você de volta no controle
Não quero usar essa CBDC de jeito nenhum! O que posso fazer?
O mesmo que recomendamos sempre ao final de cada um dos 50 textos anteriores da DZCM, caro leitor: compre Bitcoin.
Mas para vencer as CBDCs não basta ter Bitcoin em carteira – você precisa saber como usá-lo e como se livrar de vez da moeda estatal. Guardar seus Bitcoins em uma carteira sob seu controle (conhecida como carteira fria ou cold wallet) e utilizar meios cada vez mais privados para transacionar (veremos isso em outras edições) para, assim, evitar que o estado possa confiscar seus Bitcoins
Se usado da forma correta, o Bitcoin é um sistema verdadeiramente descentralizado, resistente à censura e independente de governos ou instituições financeiras. Enquanto as CBDCs possuem blockchains fechadas, com acesso restrito e sem nenhuma auditoria por parte dos usuários, o Bitcoin funciona de forma oposta. Você pode ver e auditar o código-fonte do Bitcoin a qualquer momento, pode ver cada transação incluída nos blocos e, acima de tudo, ninguém pode te impedir de fazer isso – tampouco de usar a rede.
Ao contrário de uma CBDC, que pode ser usada como ferramenta de vigilância em massa e coerção econômica, ninguém pode te impedir de fazer uma transação com Bitcoin. Também não é possível apagar BTC da sua carteira, confiscá-los nem fazer com que eles tenham um “prazo de validade”. Você simplesmente não tem oposição ao uso do Bitcoin.
Se as CDBCs são a moeda de satanás e colocam suas finanças submissas ao maligno poder de estados e bancos centrais, o Bitcoin devolve a cada indivíduo o poder de decidir. Como diz o Renato Amoedo (famoso “38tão”), “a salvação é individual” e você mesmo pode tê-la utilizando Bitcoin para sair desse sistema corrompido e evitar a vigilância do estado.
Isso ficou bem claro na Nigéria em 2023, depois que o governo chegou a cancelar o valor de certas notas da moeda local, a naira, com o objetivo de impor o uso da CBDC e-naira. Em vez de se curvar aos desmandos do estado nigeriano, os cidadãos passaram a recorrer ao Bitcoin para fugir do controle da e-naira e também da inflação que destruiu a moeda local. A demanda por BTC no país foi tamanha que um Bitcoin chegou a valer US$ 40.000 nas exchanges nigerianas – enquanto o preço no restante do mundo girava em torno de US$ 23.000.
Sim, meus amigos, as CBDCs serão impostas por governos em todos os países, uma hora ou outra, não importa a maneira. Mas ao contrário dos tempos bíblicos, hoje contamos com uma ferramenta para resistir a esse poder maligno. O dinheiro de satanás já está entre nós, mas não se preocupe: a salvação também está ao seu alcance.
Vale uma olhada
No livro A Teologia do Livro do Apocalipse, onde o autor Richard Bauckman destrincha os aspectos do último (e mais curioso) livro da Bíblia. A obra desmistifica muito das visões comuns a respeito das profecias do fim do mundo e do seu entendimento. E tem um spoiler: o livro, segundo o autor, não tem nada de profético, apesar de, na opinião deste que vos escreve, trazer com atualidade o espírito de idolatria estatal que inspira a criação das CBDCs.
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