DZCM #48: monetização da dívida: como o estado gera hiperinflação
E como o Bitcoin resolve isso
Se você é familiarizado com a comunidade do Bitcoin, com certeza já deve ter visto o famoso meme de Jerome Powell, presidente do banco central dos Estados Unidos (Fed), girando a manivela de uma impressora de dinheiro à toda velocidade. Caso não tenha visto esta obra de arte, ela estará mais abaixo.
Apesar de soar exagerado, o meme representa o poder dos bancos centrais de aumentar a oferta de dinheiro de forma praticamente ilimitada. De fato, essas instituições possuem um mandato de desvalorizar a moeda a cada ano. Quando o Fed diz que a “meta de inflação” é de 2% ao ano, o que ele está dizendo é que o dólar vai perder 2% do seu poder de compra todos os anos – e o mesmo vale para qualquer moeda e qualquer meta de inflação.
Mas você já se perguntou por que os bancos centrais não imprimem dinheiro de forma indefinida, sem se preocupar com limite? Bom, alguns países já fizeram isso, e outros ainda fazem, para financiar diretamente os seus governos. Esse processo chama-se “monetização da dívida”, e a história mostra que os resultados são catastróficos – houve país que até repudiou a sua própria moeda como resultado dessa irresponsabilidade.
Hoje vamos entender como funciona a monetização da dívida pelo banco central e como ela pode resultar no colapso da moeda. E o mais importante de tudo, como o Bitcoin serve para acabar com esse circo e trazer o mundo de volta à normalidade financeira.
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A monetização da dívida
No mundo atual, os governos não são capazes de financiar seus gastos apenas com os impostos roubados arrecadados da população. O gigantismo dos estados faz com que seja necessário recorrer à dívida, ou seja, governos emitem títulos e os vendem para investidores, que adquirem esses ativos como uma forma de emprestar dinheiro ao governo.
Em troca desse empréstimo, os investidores ganham um retorno em juros (que pode ser alto ou baixo, dependendo do risco do país dar um calote) e, acima de tudo, a “garantia” de que serão pagos. Afinal o estado é o emissor da moeda e, em último caso, pode imprimir dinheiro para honrar sua dívida. Mesmo que esse dinheiro seja destruído pela inflação, o estado “paga” o valor nominal.
No entanto, há uma terceira forma que os estados podem utilizar para se financiar, e esta é a mais nefasta de todas: a monetização da dívida. Aqui esqueça a venda de título ao mercado, em plataformas como o Tesouro Direto ou similares. Neste caso, quem financia a dívida do governo é o próprio banco central, através da simples emissão de moeda, que pode ocorrer de duas formas:
o banco central compra os títulos do governo diretamente, repassando o valor para o Tesouro. Trata-se de uma forma de maquiar a emissão de moeda;
o banco central emite moeda e repassa esse valor direto para uma conta controlada pelo Tesouro, que gasta como bem entender.
No Brasil, durante os quase 15 anos que o país sofreu com hiperinflação entre os anos 1980 e 1994, a segunda forma era adotada. O governo federal possuía uma conta exclusiva no Banco do Brasil, a chamada “conta movimento”, através da qual financiava seus gastos correntes, incluindo pagamento dos nababescos salários de funcionários públicos.
Ao final do dia, a conta movimento sempre estava negativa, pois o gasto estatal não tinha qualquer limite. Então o ministro da Fazenda entrava em contato com o banco central e pedia que este emitisse o valor necessário para saldar a conta. Ao fazer isso, o BC liberava o “cheque especial” do governo para ser gasto novamente no dia seguinte.
Na prática, com a monetização da dívida, o banco central passa a transformar dívida estatal em base monetária, aumentando a quantidade de dinheiro em circulação. Hoje em dia, a maioria dos países civilizados proíbe o seu banco central de financiar diretamente o governo: ele só pode comprar títulos no mercado secundário, prática que não afeta a base monetária de maneira catastrófica. Até o Brasil acabou com essa prática através do Artigo 164 da Constituição de 1988, cujos incisos afirmam que:
§ 1º - É vedado ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira;
§ 2º - As compras e vendas de títulos de emissão do Tesouro Nacional pelo Banco Central, visando à execução da política monetária, serão realizadas no mercado secundário.
E essa medida é extremamente necessária, pois a monetização direta da dívida traz consequências devastadoras para a moeda.
Gasolina para a hiperinflação
Quando o banco central compra dívida do governo no mercado secundário, ele está adquirindo títulos que já foram emitidos no passado. Isso significa que não há criação de nova dívida e, portanto, o aumento da base monetária não acontece.
Mas quando o banco central compra títulos diretamente do Tesouro, ou monetiza a dívida através do repasse de dinheiro, é outra história. Neste caso há uma clara emissão de nova moeda, aumento da base monetária e, consequentemente, dinheiro novo em circulação.
Se você já ouviu falar da lei da oferta e da demanda, sabe que quando a oferta de um bem aumenta, seu preço no mercado cai. Frutas da temporada são mais baratas porque a colheita faz a oferta delas aumentar, baixando os preços. O mesmo vale quando há produção excessiva de novos imóveis em uma região, e a demanda passa a cair por falta de compradores.
E apesar de muita gente achar que o dinheiro está livre dessa lei, acredite: ele não está. Na verdade, o dinheiro é o bem que mais sofre quando há excesso de demanda, pois ele perde valor. E o reflexo disso é que a sua feira, o aluguel da sua casa ou o valor do seu plano de saúde aumentam mais do que a sua renda.
No caso da monetização de dívida, se o banco central cria moeda infinitamente, cobrindo cada rombo do governo enquanto este não reduz gastos, o efeito é equivalente a jogar gasolina num carro pegando fogo. A emissão de moeda eventualmente leva a um excesso de dinheiro circulando na economia à medida que o estado gasta esse dinheiro com salários de marajás funcionários, construção de obras, pagamentos de benefícios e outros itens.
Só que ao passo que a quantidade de dinheiro dispara, os mercados, bares, supermercados e feiras contam com a mesma quantidade de produtos, já que a montanha de dinheiro criada não corresponde a um aumento na riqueza real. O resultado? Essa emissão desenfreada de moeda pressiona os preços para cima, causando inflação.
Em casos extremos, quando o governo perde o controle sobre esse processo e continua expandindo a base monetária para financiar déficits persistentes, o resultado pode ser a hiperinflação. É aqui que você pode acompnhar exemplos históricos, como uma TV que custava 1 milhão de cruzeiros, uma pasta de dente custando 2.000 cruzeiros ou um pacote de arroz custando 10.000 cruzeiros.
Os maiores históricos de hiperinflação provocada por monetização descontrolada da dívida incluem a Alemanha na década de 1920, o Zimbábue nos anos 2000 e, mais recentemente, a Venezuela. Nesses países, a inflação mensal chegou a números monstruosos, como 29.500% na Alemanha, 1.000.000% na Venezuela e inacreditáveis 13.000.000.000.000% (13 trilhões por cento) no Zimbábue.
Num cenário com esse nível de inflação, qualquer poupança deixada em títulos do governo ou qualquer outro investimento é dizimada por causa do colapso da moeda. Mesmo que os juros pagos na dívida sejam astronômicos (o Brasil chegou a ter juros de 60% ao ano na poupança nos anos 1980), eles não conseguem superar a destruição do poder de compra da moeda, que evapora toda e qualquer economia que você fez ao longo de uma vida inteira.
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São, portanto, oito anos de aprendizados, esforços e muitos, muitos fracassos. Mas sem eles, este livro não teria sido escrito para contar a história.
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Bitcoin conserta isso
Em um cenário de hiperinflação, a única forma de se proteger da monetização da dívida é possuindo bens cuja oferta é estritamente limitada. Coisas que o governo não consegue imprimir e cuja oferta não é simples de aumentar.
É por isso que nos tempos de hiperinflação, o maior refúgio dos brasileiros era comprar imóveis. Terra é algo cuja oferta é praticamente fixa e sempre houve a crença de que “imóvel não se valoriza”. Isso fazia muitas pessoas terem mais de um imóvel: não para morar em ambos, mas como uma forma de guardar valor e impedir que este fosse destruído junto com a moeda.
Outra reserva de valor muito comum entre nossos pais era ouro, especialmente joias feitas com o metal. Mas após 2009 surgiu uma ferramenta muitos mais segura, fácil de armazenar e bem mais escassa do que qualquer outra reserva de valor.
Essa ferramenta é o Bitcoin.
O Bitcoin protege contra a hiperinflação principalmente por causa de sua oferta limitada e programada. Ele não é uma dívida, não é uma ação (que pode colapsar de valor se a empresa quebrar) nem é uma promessa de pagamento, mas sim um ativo em si mesmo. Ter Bitcoin significa ter algo que, embora seja digital, é sólido em termos de valor e não depende de ninguém, a não ser das leis da oferta e demanda.
No caso da oferta, a do Bitcoin é absolutamente rígida. O ser humano pode encontrar ouro em asteróides ou até em novas minas aqui da Terra. E quanto a terras, podemos ter novas áreas habitáveis conforme as mudanças climáticas liberam espaços hoje inabitáveis. Mas o Bitcoin não tem qualquer condicionante: o protocolo do Bitcoin estabelece que haverá, no máximo, 21 milhões de unidades em circulação. Não há como “descobrir” novos BTC nem como minerar mais do que o código estabelece.
Ao contrário das moedas nacionais, que podem sofrer com decisões de governos que optam por imprimir dinheiro para financiar déficits ou monetizar suas dívidas, o Bitcoin opera de forma descentralizada. E, ao mesmo tempo, ele fornece uma segurança absoluta. Se você tiver controle da sua carteira e suas próprias senhas, ninguém pode confiscar nem roubar seus Bitcoins.
A rede também não possui um banco central capaz de alterar sua oferta nem de “imprimir” mais Bitcoin para agradar políticos e burocratas que querem comprar votos. Essa característica o transforma em uma reserva de valor alternativa em países que enfrentam hiperinflação, como aconteceu com a Venezuela, onde os cidadãos buscaram o Bitcoin como forma de preservar seu poder de compra.
Com o Bitcoin não há monetização da dívida que possa destruir o valor acumulado do seu trabalho. Bitcoin não é físico, mas possui a solidez de um sistema feito para ganhar valor no longo prazo, ser imune a pressões políticas e a corrupção humana. Ele não depende da vontade de um presidente, mas é capaz de preencher a sua vontade de preservar o valor do seu trabalho em um instrumento previsível, eterno e incorruptível.
Vale uma olhada
No melhor vídeo sobre inflação que existe no YouTube. E ele não foi feito por um PhD em economia, tampouco por alguma IA, mas sim veio de um dos melhores desenhos dos anos 1990: DuckTales. Veja como o Tio Patinhas explica aos seus sobrinhos os riscos de imprimir moeda sem limite quando Huguinho, Zezinho e Luisinho acham que ficaram “ricos” encontrando uma máquina “milagrosa”. Se você tem filhos, assista com eles.
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